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Sexta-feira, 29 de Outubro de 2010

 

 

Hoje em dia, face a um acompanhamento intenso dos media nas consequências dos fogos florestais, o cidadão comum associa o fogo a prejuízos.

 

PREJUÍZOS

De facto, eles existem, nomeadamente para as actividades económicas que da floresta e das áreas rurais dependem, como a pastorícia.

 

Com vista a colmatá-los, foram adoptadas medidas no âmbito do Despacho 13741/2010. Uma das medidas consistiu na concessão de uma ajuda específica de emergência para compensar as necessidades de alimentação animal nas áreas de pastoreio ardidas nas freguesias constantes do anexo ao referido despacho.

 

Dado que o período crítico da época de incêndios terminou a 15 de Outubro, as freguesias acrescentadas ao despacho referido, por terem sido afectadas de forma relevante, podem ser consultadas no Despacho nº 16024/2010, também abrangidas pela ajuda de emergência à alimentação animal (fonte: CONFAGRI).

 

BENEFÍCIOS

Mas se há prejuízos económicos identificados, há também benefícios com a passagem do fogo, nomeadamente a médio e longo prazo, para a biodiversidade e paisagem.

 

"O fogo é uma das formas de melhorar a paisagem…. Renova o material que está a morrer, controla os arbustos e altera a estrutura de vegetação, por exemplo”, referiu Navashni Govender, responsável pelo departamento de Fire Ecology do Parque Kruger, na África do Sul, durante a conferência sobre biodiversidade, florestas e gestão do fogo, que se realizou no BESArte & Finança, em Lisboa.

 

Segundo a responsável, o Parque Kruger investiga a influência do fogo na biodiversidade desde 1957, tendo mudado várias vezes de estratégia. “Descobrimos que 50 anos de fogos não tiveram efeito na riqueza e abundância das espécies”, explicou. “O fogo é importante para a paisagem, sobretudo nas savanas”, continuou.

 

Govender gere o projecto “Burning for Biodiversity ”, e é responsável por um investimento anual, só para investigação, de 25 mil euros.

Depois, Francisco Castro Rego, professor do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade Técnica de Lisboa e coordenador do Centro de Ecologia Aplicada Professor Baeta Neves, disse que é preciso “encontrar equilíbrios entre o fogo, o pastoreio e a vegetação”. “A gestão e intervenção do território, no caso do Kruger, não teve que esperar pelos resultados da pesquisa. Foi feito tudo ao mesmo tempo e é assim que deve ser”, disse.

 

O professor explicou ainda que este laboratório sul-africano “é único no mundo”, não só porque funciona há quase 60 anos mas também pela lógica e dispositivo de pesquisa. “Pode utilizar-se o fogo para gerir a biodiversidade. É esse o objectivo, gerir a biodiversidade”, continuou o professor, que referiu ainda que Portugal está 50 anos atrasado na gestão das áreas protegidas, biodiversidade e ecossistemas.

 

No final da conferência, Tito Rosa, presidente do ICNB (Instituto da Conservação da Natureza & Biodiversidade) alertou, em forma de crítica, para o facto de ser mais fácil “comprar um carro de bombeiros” do que “contratar um cientista”, mas é “isso que temos que fazer, começar a criar escola”.

 

Fonte: Greensavers

 

  

 

 

publicado por saqv_ps às 09:18


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