Numa altura em que se procuram oportunidades, tanto com a crise financeira como com o Rio 20+, o ambiente é parte da solução, como vem confirmar a estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que afirma que a chamada “economia verde” pode gerar 15 a 60 milhões de novos empregos nos próximos 20 anos.
Esta análise levou em conta os postos de trabalho criados em vários sectores, como o das energias renováveis, da eficiência energética ou da reciclagem.
O estudo admite que, com a transição para a economia verde, alguns vão ter de mudar de emprego. Mas trata-se de um número “gerível” – nos países desenvolvidos, será de 1% da força de trabalho. “As preocupações sobre a perda de empregos na economia verde são, por isso, exagerados”, conclui o estudo, realizado no âmbito da Iniciativa Empregos Verdes, que envolve também outras agências da ONU.
A economia verde já está a dar sustento a milhões de pessoas: nos Estados Unidos, segundo o relatório, são já 3,1 milhões de trabalhadores (2,4%) a prestarem serviços ou produzirem bens na área do ambiente, enquanto no Brasil, são 2,9 milhões (6,6%); no sector das renováveis, trabalham, no mundo, cinco milhões de pessoas e na biodiversidade foram gerados quase 15 milhões de empregos directos e indirectos na Europa.
A economia verde, e como esta via pode ser a solução para pobreza no mundo, é o tema central da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que terá lugar no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de Junho. A OIT dá exemplos desta ligação – como a utilização de práticas mais eficientes e com menor impacto por parte dos 400 milhões de pequenos agricultores nos países em desenvolvimento, ou a integração, na fileira da reciclagem, de milhões de “catadores” de lixo das grandes cidades. Ao benefício ambiental soma-se o aumento da produção e do rendimento.
“A sustentabilidade ambiental não é assassina dos empregos, como normalmente se diz. Pelo contrário, se gerida adequadamente, pode levar a mais e melhores empregos, à redução da pobreza e à inclusão social”, afirma Juan Somavia, director-geral da OIT, citado num comunicado da organização.
Fonte: Público