size=4> Quando nos referimos ao desenvolvimento sustentável como um enquadramento ambiental e socio-económico, reiteradamente mais generalizado e equilibrado, quase marginalizamos o muito que tem de ser feito no presente por esta causa.
A gestão dos recursos energéticos é decisiva para os países Ocidentais, particularmente para aqueles que possuem uma economia dependente, quase em exclusivo, das importações de petróleo.
De facto, durante cerca de cinco décadas os hidrocarbonetos, originários de diversas fontes geográficas e em livre concorrência, abundaram a baixo custo,
Após 1973 este cenário alterou-se, com os principais países exportadores de petróleo, actuando em cartel, a imporem novos e severos preços ao mercado.
Na década de 80, a humanidade apercebe-se dos riscos da poluição do ar provocada pelas emissões provenientes da queima dos combustíveis fósseis. Apercebeu-se também da poluição dos oceanos devida a acidentes e descuidos nos navios transportadores de crude e, despertou ainda, para a contaminação dos solos ocupados por refinarias e instalações afins.
Em 2001, as nações desenvolvidas sentiram que as disputas travadas ao longo dos anos pelo petróleo provocaram sequelas culturalmente cristalizadas, capazes de despoletar os mais ignóbeis actos de vingança e de colocar em causa os frágeis equilíbrios de uma economia global.
O Ocidente financiou, durante décadas e com a compra do petróleo, as origens de uma das maiores ameaças com que se debate na actualidade.
Entretanto, no seguimento do trilho do Protocolo de Quioto, iniciou-se a luta pela independência energética de cada país.
Será, portanto, tempo de mudar a agulha: para fontes de energia politicamente independentes, limpas e diversificadas.
Temos consciência de que a aparente facilidade com que se dispunha dos hidrocarbonetos adormeceu a necessidade da procura de alternativas. As tímidas alusões a inovações no aproveitamento de outras energias eram rapidamente esquecidas pela comunicação social e, os seus promotores, sucumbiam aos interesses do ouro negro.
As preocupações ambientais catalisaram, no entanto, algumas tentativas que teimam em vingar. Hoje, as opções eólica, fotovoltaica e a célula de combustível conquistam o seu espaço como alternativas. Há que as apoiar, acarinhando-as socialmente, criando um quadro de confiança e aceitação que as credibilize.
O que está em causa já não é apenas a sustentabilidade do futuro ou a protecção ambiental do presente mas, também e sobretudo, como garantir aos nossos descendentes a segurança que herdámos dos nossos pais nas suas componentes física, cultural e civilizacional.
Macieira Antunes