Este Blog pretende ser também um traço de união entre quem sente, interpreta e decide o Ambiente e a Qualidade de Vida.
Terça-feira, 31 de Janeiro de 2006

nevao.gifsize=4>Batem leve, levemente...

Alguns minutos a nevar nalguns locais onde tal não constitui cenário habitual (na foto- A8-Lx/Malveira), chegou para trazer a felicidade a milhares (milhões?!...) de portugueses. Felicidade gratuita, embora efémera. Como toda a felicidade.

Mas o nevão que os habitantes do Centro e Sul de Portugal Continental puderam presenciar no passado domingo, 29 de Janeiro, veio também, mais uma vez, sensibilizar os portugueses para o fenómeno das alterações climáticas. Com o frio que se fez sentir à mistura.

Hoje, as alterações climáticas são consideradas, a nível global, como uma das ameaças ambientais mais graves, dados os efeitos que originam. E Portugal não está imune às alterações que se avizinham. Antes pelo contrário. A sua localização no extremo sudoeste do continente europeu, confere-lhe particularidades que têm sido alvo de observações várias.

E os estudos até agora desenvolvidos, nomeadamente o chamado SIAM (Scenarios, Impacts and Adaptation Measures) que constitui a primeira avaliação integrada dos impactos e medidas de adaptação às alterações climáticas em Portugal Continental, e também a primeira realizada para um país do Sul da Europa, apontam para um somatório de sinais que prognosticam que o clima português está em fase de mudança. E essas mudanças não serão tão belas como as fotos tiradas durante o nevão de domingo.

Portugal, terra de praia e de sol, até agora conhecido pelo seu carácter mediterrânico e ameno, tão do agrado dos turistas oriundos da Europa Setentrional, vem apresentando novas características climatéricas. Como concluem os resultados da segunda fase do projecto SIAM, que foi recentemente vertido em livro.

As conclusões apontam para um conjunto de previsões para as próximas décadas que, não sendo inovadoras, são sustentadas cientificamente. E referem-se a:

- Secas e ondas de calor mais prolongadas no verão;

- Invernos mais frios (o que não significará obrigatoriamente mais chuvosos);

- Quebra na precipitação média anual, com diminuição das reservas de água na maior parte dos aquíferos;

- Maiores riscos de erosão costeira;

- Diminuição da biodiversidade e aumento da desflorestação (agravada por um aumento dos incêndios).

E se os sinais estão à vista de todos, tenhamos coragem de os interpretar convenientemente. Caso contrário, as consequências que hoje começam a fazer-se sentir, nomeadamente em termos de saúde pública, reservas de água potável ou incêndios, tenderão a aproximar-se de catástrofes que o homem parece cada vez mais longe de controlar.

Assumir medidas particulares e estratégias políticas sectoriais em Portugal, na Europa e à escala mundial revela-se cada vez mais uma tarefa indispensável. As futuras gerações irão agradecer.


Fernando Marques
Geógrafo



Estudo lançado prevê mais secas para Portugal - «PROJECTO SIAM II : Alterações climáticas em Portugal, Cenários, Impactos, e Medidas de Adaptação»
Consulte notícia do DN aqui.
publicado por saqv_ps às 12:48

Sexta-feira, 27 de Janeiro de 2006

electrabel_nijmegen1.jpgsize=4>O Estado deve intervir mais nas empresas energéticas onde detém posições para promover a concorrência no sector, defendeu José Sócrates. O primeiro-ministro falava na cerimónia de apresentação do pacote de medidas estruturantes previstas no Plano Tecnológico e na Estratégia Nacional para a Energia, que decorreu dia 19 de Janeiro no INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial.

A Galp e a EDP, em que o Estado detém 30 e 25 por cento respectivamente, são dois exemplos de empresas onde “há muito em que arrastávamos os pés” e a reestruturação foi “um sucesso”, acrescenta. O Estado tem vindo a abri-las aos privados, não abdicando, contudo, do poder de determinar as suas posições estratégicas, incluindo a composição e liderança das gestões.

Outras das medidas anunciadas foi o lançamento do concurso para mais 10 a 12 novas Centrais de Produção de Electricidade a partir da Biomassa Florestal, até ao final de Janeiro, a isenção do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP) nos biocombustíveis, já em 2006, e a criação de uma zona piloto para projectos de energia das ondas. Esta última tem por objectivo ''facilitar a instalação, desenvolvimento tecnológico-industrial ou pré-comercial de tecnologias'' nesta área, com vista à futura comercialização de energia, estando já em análise um projecto para estudar as características da costa portuguesa e identificar a zona que reúne melhores condições para desenvolver esta tecnologia.

O investimento estimado pelo Governo para a biomassa é de 225 milhões de euros, permitindo reduzir o risco de incêndio através da extracção de cerca de 1milhão de toneladas desta matéria das florestas e criar 500 a 800 postos de trabalho. De acordo com o ministro da Agricultura, já foram pré-seleccionadas 10 zonas para implementar as centrais, numa faixa interior de Santarém ao Porto, com base na proximidade de ligações à rede e disponibilidade de matéria-prima.

edif_inteligentes.jpgsize=4>Certificação Energética novamente anunciada

Não sendo uma novidade, este pacote legislativo inclui a criação de um sistema de certificação, a revisão do Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização nos Edifícios (RSECE) e do Regulamento de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCTE), e a obrigatoriedade de instalação de painéis solares térmicos nas novas construções. Medidas que permitirão poupar cerca de 2,5 por cento da electricidade consumida no país, contribuindo ainda para a transposição da directiva europeia sobre a eficiência energética dos edifícios.

No entanto, há obstáculos jurídicos que estão a atrasar o processo. “O regulamento prevê dois níveis de certificação: a declaração de conformidade do projecto e a declaração de conformidade da obra, que devem preceder a autorização de construção e a licença de construção. Mas o Decreto-Lei 555/99 [que estabelece o regime jurídico da urbanização e da edificação] diz que essa responsabilidade é do projectista'', quando o novo regulamento prevê que seja uma entidade exterior, explicou em declarações ao Jornal Público Oliveira Fernandes, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que esteve envolvido na elaboração do diploma.

Foi ainda anunciada na cerimónia a assinatura do memorando de entendimento para Projecto de Investimento, entre o grupo malaio Agni Energie e a API-Agência Portuguesa, para a instalação de uma fábrica de produção de pilhas de combustível e equipamentos de tecnologias ligadas ao hidrogénio, e de um centro de Investigação & Desenvolvimento, em Montemor-o-Velho, no próximos quatro anos.

Jornal QualidadeonLine
publicado por saqv_ps às 01:14

Quinta-feira, 26 de Janeiro de 2006

carros_fumo.jpgsize=4>Aproposta de criação do Fundo Português do Carbono vai ser analisada esta quinta-feira em Conselho de Ministros. O referido fundo destina-se a ser aplicado, sobretudo, na obtenção de créditos de emissões de gases com efeito de estufa.

Portugal não pode aumentar as suas emissões de gases com efeito de estufa em mais de 27% até 2012, em relação aos níveis de 1990.
No entanto, essa marca já foi ultrapassada e, mesmo com todas as medidas previstas no Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), Portugal dificilmente conseguirá cumprir a meta em 2012.

De acordo com a edição desta quinta-feira do Público, o Fundo Português de Carbono vai nascer com seis milhões de euros, montante inscrito no Orçamento de Estado de 2006 para este fim.

A principal fonte adicional de receitas do fundo deverá ser a futura taxa do carbono, prevista há anos, mas que ainda não tem contornos definidos.
publicado por saqv_ps às 13:45

Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2006

align="left" hspace="10">size=4>D
publicado por saqv_ps às 10:10

Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2006

eagle.jpgsize=4>API assina com a AGNI e EGF investimento de 60 milhões de euros em energia renovável

A Agência Portuguesa para o Investimento (API) vai assinar hoje (20Jan) com a empresa malaia AGNI um memorando de entendimento para um investimento de 60 milhões de euros na construção de uma unidade fabril de produção de pilhas de combustível e outros equipamentos de tecnologias a hidrogénio.

O projecto contempla ainda um centro de excelência em investigação e desenvolvimento, no concelho de Montemor-o-novo, apurou o Diário Económico junto de fonte do Ministério da Economia. Simultaneamente, será assinado outro memorando entre a AGNI e a Empresa Geral de Fomento (EGF), a 'sub-holding' da Águas de Portugal para os resíduos sólidos urbanos, com vista ao estabelecimento de uma parceria entre ambas para o desenvolvimento do projecto.

Os termos do envolvimento da EGF neste investimento serão estabelecidos ao longo do mês de Fevereiro, mas deverá passar pela participação financeira da empresa portuguesa que, no limite, poderá suportar metade do montante estimado.

Segundo o estabelecido entre as partes, a AGNI prevê iniciar os trabalho durante o primeiro semestre deste ano. A empresa acredita que esta unidade potenciará a criação de 200 postos de trabalho, dos quais 55 altamente qualificados, no centro de investigação. De acordo com as intenções estabelecidas no acordo com a API, a AGNI propõe-se utilizar Portugal como a plataforma de expansão para o continente europeu, prevendo que 80% da sua produção se destina à exportação.

Estes equipamentos visam o aproveitamento energético dos gases emitidos pelos resíduos depositados nos aterros sanitários, em Portugal, da responsabilidade da EGF. Apesar da sub-holding da Águas de Portugal não se ter pronunciado, o DE apurou que o primeiro aterro a receber esta nova tecnologia poderá pertencer à Valorsul. Nos últimos meses, a EGF adquiriu um conjunto de equipamentos, os biodigestores, que serão agora completados com as pilhas a hidrogénio para a produção de energia eléctrica. Recorde-se que esta é uma das apostas desta 'sub-holding' da Águas de Portugal. A empresa já tinha anunciado que pretendia investir nos próximos sete anos, cerca de 30 milhões de euros na área do biogás, eólica, fotovoltaica e solar térmico a instalar nos aterros sanitários. A cerimónia a realizar hoje no INETI e conta com a presença do primeiro-ministro, José Sócrates, com o ministro da Economia, Manuel Pinho e com o Ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia.


Por: Rui Cabrita, Ana Maria Gonçalves e Hermínia Saraiva
Diário Económico
publicado por saqv_ps às 11:09

Terça-feira, 17 de Janeiro de 2006

Entrevista.bmpsize=4>2005 foi um ano difícil para as áreas protegidas, que foram muito afectadas pelo fogo. Mas a prevenção dos incêndios dentro das áreas protegidas foi bem feita...

Leia entrevista do Secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, ao Diário de Notícias (14-01-06).Aqui
publicado por saqv_ps às 00:42

Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2006

autocu1.gifsize=4>Continuando a assegurar a integração da dimensão ambiental em todas as suas políticas, a União Europeia concedeu uma atenção especial, em 2004, à realização dos compromissos internacionais que assumiu no domínio do ambiente.
Esta abordagem diz respeito, em primeiro lugar, à convenção-quadro das Nações Unidas sobre as alterações climáticas e ao protocolo de Quioto. No prolongamento das disposições comunitárias definidas em 2003 para a sua aplicação, foram instituídos, este ano, mecanismos de vigilância das emissões de gases com efeito de estufa (incluindo uma avaliação dos planos nacionais de atribuição das licenças de emissão) e do comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa entre os Estados-Membros. Graças à sua ratificação pela Rússia, fortemente apoiada pela União, o protocolo de Quioto deveria finalmente entrar em vigor em Fevereiro de 2005.
Foram, além disso, efectuadas adaptações legislativas e apresentadas propostas de legislação para permitir a aplicação de diversos acordos internacionais em matéria de poluentes orgânicos persistentes e da convenção de Aarhus sobre o acesso à informação, a participação do público no processo de tomada de decisões e o acesso à justiça no domínio do ambiente.
A Comunidade aderiu também ao protocolo da convenção de Barcelona, para a protecção do mar Mediterrâneo contra a poluição, e à convenção de Estocolmo, sobre o regime aplicável a certas substâncias poluentes.
Por último, a União reafirmou a sua vontade política de atingir os objectivos definidos em 2002, durante a cimeira mundial de Joanesburgo sobre o desenvolvimento sustentável.
Foi dado um passo importante no domínio do direito do ambiente, com a adopção de uma directiva sobre a responsabilidade ambiental. No domínio da gestão dos recursos foi, nomeadamente, adoptada nova legislação sobre a reciclagem de certos tipos de resíduos, como as embalagens. No domínio da protecção dos recursos, a atenção incidiu sobre a preservação da qualidade das águas subterrâneas e das águas balneares. Por outro lado, prosseguiram os trabalhos legislativos sobre o registo, avaliação e autorização das substâncias químicas (REACH).
A Comissão continuou, ainda, a desenvolver esforços tendo em vista a elaboração de uma estratégia europeia em matéria de ambiente e de saúde, apresentando um plano de acção plurianual para o efeito. As preocupações de desenvolvimento sustentável levaram-na, além disso, a lançar as bases de uma estratégia temática sobre ambiente urbano.
A nível financeiro, devido ao aumento das preocupações ambientais e dos instrumentos de protecção do ambiente foi necessário considerar novas vias. Assim, a Comissão preconizou a integração do financiamento da rede Natura 2000 nas políticas comunitárias através dos fundos existentes, em vez da criação de um fundo autónomo para esse efeito. Propôs, além disso, um novo programa de financiamento único afectado ao ambiente sob a designação LIFE+.

align="right" hspace="10">size=4>P
ontos essenciais

=>A Comissão autorizou a entrada de mais de 5 000 instalações industriais no mercado das emissões de CO2 a partir de Janeiro de 2005. Este mercado, que é o maior do mundo, vai permitir à União obter a redução das emissões de gases com efeito de estufa nos sectores da energia e da indústria com o menor custo para a economia. Ajudará também a União e os Estados-Membros a atingirem os seus objectivos em matéria de emissões em conformidade com o protocolo de Quioto.

=>A Comissão adoptou um plano de acção ambicioso tendo em vista melhorar o desenvolvimento das tecnologias ambientais. Muitas destas novas tecnologias podem contribuir sensivelmente para melhorar o ambiente, reforçando simultaneamente a competitividade das empresas. Compreendem, designadamente, os sistemas de reciclagem de águas residuais nos processos industriais, os motores automóveis que economizam energia e permitem utilizar menos combustível e as técnicas de recuperação dos solos.

=>No quadro do pacote «Perspectivas Financeiras 2007-2013», a Comissão propôs um novo programa simplificado de financiamento destinado ao ambiente. Este novo programa, designado «LIFE+» será o instrumento financeiro único da União afectado exclusivamente ao ambiente. Graças a este novo instrumento, a Comissão espera poder acelerar as melhorias em benefício dos habitantes da União em domínios prioritários como a luta contra as mudanças climáticas, a protecção da biodiversidade, a minimização dos efeitos ambientais nocivos para a saúde humana e o tratamento sustentável dos recursos naturais e dos resíduos.

=>A directiva sobre a responsabilidade ambiental, adoptada em Abril, aplica, na União Europeia, o princípio de quem polui, paga. Com efeito, a directiva assegura que os poluidores sejam obrigados a descontaminar eles próprios as zonas poluídas ou a pagar a descontaminação.




publicado por saqv_ps às 10:32

Terça-feira, 10 de Janeiro de 2006

202.gif size=4>O sector energético internacional vive um período de rápidas e significativas alterações.

O aumento constante do preço do petróleo para níveis impensáveis há apenas três anos, e sem que se preveja uma estabilização a curto prazo, tem conduzido, à procura de fontes de energia alternativas e, dentro destas, das renováveis.
Note-se que o petróleo é detido, principalmente, por países cuja economia depende na quase totalidade deste recurso. Tratando-se de economias monoprodutoras, com a fraca afirmação das alternativa à escala mundial a tentação dos governos dessas nações será, em momentos de crise, a de conseguir um aumento generalizado dos preços desta fonte de energia, da qual o desenvolvimento universal ainda depende.
Outro advento que muito tem condicionado o actual comportamento das cotações do crude, são os significativos índices de crescimento de economias emergentes não produtoras, como as da China e da Índia, representando cerca de metade da população do globo.
Acrescem ainda problemas como: a incapacidade de estabilizar, para reconstruir, o Iraque; a impossibilidade de pôr cobro aos elevados custos da intervenção militar naquele país; os efeitos sobre a economia americana do furacão Katrina, que conduziram os preços do petróleo a níveis inimagináveis e comprometedores da estabilidade financeira e desenvolvimento mundiais.
Como pano de fundo temos ainda as pressões da intolerância religiosa árabe, com apelos à prática de acções terroristas, cuja influência sobre a política da maioria dos países produtores é conhecida, e que interfere na formação dos preços do petróleo.
Em Portugal, sendo politicamente afastada a opção nuclear – que a ser tomada levará cerca de dez anos a ter resultados visíveis – as energias renováveis serão adoptadas por responderem também aos compromissos assumidos em Quioto, em ultrapassar apenas 27% o valor das emissões de 1990, de 60 mega toneladas de CO2, até 2012. E, enquadrado neste objectivo, responder também à “directiva renováveis” 077/CE/2001, a qual impõe a produção interna de 39% desta origem a toda energia consumida em 2010.
Podemos assumir uma de duas atitudes: afirmarmo-nos pró-activamente em termos de adaptação e condução de processos que garantam a conformidade legal e independência operacional, com as consequentes vantagens económicas ou; aguardar pelas vicissitudes, a prazo cada vez mais preocupantes, a que o fornecimento tradicional de energia aparenta estar condenado.
Acontece que o consumo de energia em Portugal - apesar das oscilações do PIB – tem mantido nos últimos anos um firme aumento médio de 5%, sendo que no primeiro semestre de 2005 foi registado um aumento de 6,3% no consumo.
A este aumento nos consumos terá obviamente de corresponder um aumento da potência a instalar, também de renováveis, para garantir a percentagem a que estamos obrigados em 2010.
Actualmente estima-se que num ano hidrológico médio, a percentagem de renováveis se situe nos 25% incluindo, claro está, a fonte hídrica, pelo que nos encontramos a 14% do objectivo para 2010.
Todos temos de apoiar as energias alternativas. Deste apoio depende a nossa independência energética, bem-estar ambiental e social. E que ninguém duvide: O que não pagarmos hoje por energias limpas, pagaremos amanhã por petróleo associado à dependência do fornecimento, ao ambiente poluído e às roturas de abastecimento que os senhores do crude decidirem.









publicado por saqv_ps às 08:04

Sexta-feira, 06 de Janeiro de 2006

alergia.gif size=4>
Os dados apresentados pela Comissão Europeia na "Estratégia Europeia de Ambiente e Saúde" são preocupantes. Estima-se que nos países industrializados 20% das doenças registadas sejam imputáveis a factores ambientais, registando-se um aumento significativo de casos de asma e alergias.As crianças são, pela sua vulnerabilidade, particularmente susceptíveis aos efeitos da poluição, sendo por isso as primeiras a sofrer as consequências de políticas e práticas marginais ao processo de desenvolvimento sustentável.
Consulte aqui.
publicado por saqv_ps às 08:53

Quinta-feira, 05 de Janeiro de 2006

17Andresas.jpg size=4>Diz-nos o Comandante Virgílio de Carvalho no seu livro “ A Importância do Mar para Portugal” que mais de 70% da população mundial vive a menos de 50 quilómetros do mar, ocupando este cerca de 71% da superfície terrestre.
O facto traduz um fenómeno de litoralização da população que, ainda segundo aquele autor, revela bem o reconhecimento da humanidade das vantagens da exploração das potencialidades marítimas. Efectivamente as zonas marítimas são, reconhecidamente, grandes catalizadoras de actividades económicas e, por via disso, exercem forte atracção sobre as populações. Os exemplos existem pelo mundo fora onde, à volta de zonas portuárias, se desenvolveram toda uma série de actividades industriais, comerciais e culturais que deram suporte a pólos de desenvolvimento de importância nacional, regional ou mesmo mundial. Não esqueçamos, no entanto que este fenómeno tem como reverso a desertificação de largas áreas do Planeta, onde a fixação do Homem seria desejável.

A par do fenómeno da litoralização, e em conjunto com ele, assistiu-se, e assiste-se, à cada vez maior urbanização da população mundial. Estas duas tendências - litoralização e urbanização - fazem com que muitos estudiosos prevejam um futuro dramático para a humanidade.

Sabe-se que entre 1950 e 1987 a população mundial duplicou. Em 37 anos passou de 2,5 para 5 mil milhões de habitantes. Em 1993 estaríamos pelos 5,5 mil milhões de habitantes e, no ano 2000, os 6 mil milhões foram ultrapassados. Tudo indica, que ao ritmo actual em 2050 a população mundial voltará a duplicar. Trata-se de uma verdadeira explosão de consequências previsíveis. O ano de 2 050 pode parecer-nos longínquo, mas a verdade é que as dificuldades com que se irão deparar as gerações de então dependem das medidas e comportamentos que tomemos hoje.

Dir-se-á que a situação é diversa consoante os continentes e regiões. É certo. Mas essa constatação só complica ainda mais a análise do problema. É que então a relação entre a população dos países do Norte, mais ricos, e os do Sul, mais pobres, será de 1 para 8, e não de 1 para 4 como na actualidade.

align="right" hspace="10"> As Nações Unidas referem que em 2000 o Planeta contava com 79 cidades com mais de 4 milhões de habitantes, 59 das quais no terceiro mundo. Entre as quinze primeiras cidades só duas se situavam no hemisfério Norte: Tóquio com 20,2 milhões e Nova Iorque com 15,7 milhões de habitantes. Mas como serão as condições de vida na Cidade do México ou em São Paulo com, respectivamente, 25,8 e 23,9 milhões de habitantes? Como gerir estas mega metrópoles?

Os fenómenos apontados também acontecem no nosso país, à nossa escala, obviamente. Se atentarmos na distribuição geográfica da população portuguesa, facilmente se conclui que 80% da população portuguesa se encontra concentrada na faixa litoral que vai do Minho ao Algarve, com uma interrupção no Alentejo. Para o interior do país, numa faixa que vai de Bragança ao Alentejo temos 15% da população, cabendo os restantes 5% às ilhas. Trata-se na verdade de uma fractura entre o interior e o litoral do país, com este a ganhar em termos da estrutura etária das populações, níveis de qualificação, modernização do tecido económico e, consequentemente, com melhores níveis de acesso aos benefícios do progresso.

O fenómeno remonta muito especialmente à década de 60, com a emigração para ao países europeus economicamente mais desenvolvidos de largas faixas de população do interior, e com as migrações internas no sentido do litoral desde então intensificadas. Recorde-se a propósito, que de 70 a 81, a Região de Lisboa e Vale do Tejo viu a sua população crescer de 2,5 para 3,2 milhões de habitantes... O resto são problemas que hoje conhecemos e sentimos, nomeadamente quando deparamos com dificuldades de gestão de metrópoles congestionadas (à nossa dimensão, entenda-se) : a insegurança, as infra-estruturas sempre insuficientes, os transportes...enfim.

Contrariar este estado de coisas não é tarefa fácil, até porque se sabe que, devido às interdependências existentes, o litoral acabará por ser, sempre, o beneficiário último de investimentos feitos fora dele. O litoral há-de ser sempre o grande fornecedor de bens e serviços de todo e qualquer grande investimento que se faça no interior do país.

Só com uma política de discriminação positiva será possível contrariar a tendência, já que pensar em invertê-la é pura utopia.


Leituras
“Estado do Ambiente no Mundo” - Perspectivas Ecológicas - Instituto Piaget
“A Economia de Portugal” - Michel Drain - Dinfel
“A Importância do Mar para Portugal” - Virgílio de Carvalho - Bertrand/IDN
“História dos Municípios e do Poder Local” - Dir. César de Oliveira -C.Leitores
“Portugal 20 anos de Democracia - Coord. António Reis - C. Leitores
“Desenvolvimento Regional” - A Simões Lopes - F. Gulbenkian
entre outros...

Luís N. Marques
publicado por saqv_ps às 14:26


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