
Além da unidade fabril ? que ocupará 2,2 hectares no Parque de Negócios de Montemor-o-Velho - será constituído um centro de investigação, num projecto orçado em 70 milhões de euros e que representa a criação de 220 postos de trabalho.
"É a primeira fábrica em que todo o processo de 'assemblagem' de pilhas de combustível vai ser totalmente automatizado", disse aos jornalistas Luís Vieira, responsável da AGNI, uma empresa de capitais malaios e norte-americanos que lidera o projecto.
A tecnologia passa pela produção de energia através de pilhas de combustível - um sistema que inclui eléctrodos e membranas empilhados - alimentadas a hidrogénio e oxigénio.
"É o inverso da hidrólise. Dou-lhe hidrogénio e oxigénio e vou obter energia e água", explicou.
Não existindo, no mundo, hidrogénio em estado puro, a opção da AGNI passa por o produzir recorrendo, na fábrica, a reformadores, um sistema que, fazendo uso de combustível (hidrocarbonetos), separa o hidrogénio do carbono.
O combustível a utilizar, disse Luís Vieira, será gás sintético obtido através da utilização de gaseificadores abastecidos a biomassa.
"As pilhas, reformadores e gaseificadores serão produzidos na fábrica" frisou o responsável da AGNI.
A energia produzida através das pilhas de combustível poderá ser injectada na rede eléctrica nacional e estender-se a múltiplas aplicações, como electrodomésticos ou geradores portáteis.
O presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Luís Leal, afirmou que está em estudo a utilização daquele sistema no aquecimento da piscina local e na iluminação do castelo.
Os contactos da AGNI com a Agência Portuguesa de Investimento (API) para instalação da unidade fabril em Montemor-o-Velho iniciaram-se em Novembro de 2003, num processo que Luís Vieira rotulou de "difícil" dado a tecnologia pioneira que envolve, a inexistência de alguns quadros legais e também as mudanças de Governo.
Lusa