
Questionam ainda se a ONU será o fórum para discutir o aquecimento global e rejeitam a parte do documento onde se defendem os mercados de carbono são e a utilização de tecnologias menos agressivas ao meio ambiente.
«Rejeitaram todas as menções a metas e cronogramas, não querem que a ONU tenha um envolvimento mais profundo e recusam o aumento o comércio de carbono porque isso, por definição, envolve metas», divulgou uma fonte que desejou manter-se anónima.
Os líderes da Grã-Bretanha, dos EUA, do Canadá, da Rússia, do Japão, da Itália e da França estarão presentes na cidade de Heiligendamm, na Alemanha, de 6 a 8 de Junho.
Os chefes de Estado da África do Sul, do Brasil, do México, da China e da Índia, alguns dos maiores países em desenvolvimento do mundo, também vão participar do encontro
A chanceler alemã, Angela Merkel, está determinada aprovar declarações que fixem um compromisso com uma acção global relativa ao aquecimento e ao fornecimento de energia, mas encontra uma resistência cada vez maior por parte dos Estados Unidos.
«Trata-se de uma pergunta ainda em aberto: será que Merkel está preparada para aceitar uma declaração menos incisiva ou será que vai romper com a tradição do G8, declarando um fracasso», informou a fonte.
Cientistas prevêem que as temperaturas médias do planeta vão subir entre 1,8 e 3 graus Celsius neste século devido aos gases produzidos na queima de combustíveis fósseis. O aumento das temperaturas vai provocar mais enchentes, mais seca e mais fome, pondo a vida de milhões de pessoas em risco.
O Protocolo de Kyoto é o único acordo mundial que prevê limitações à emissão de carbono, mas o tratado foi rejeitado pelos EUA em 2001 e já não impõe metas compulsórias à China e à Índia, além de acabar em 2012.
Um fracasso na Alemanha acabaria por adiar o processo ainda mais, o que aumenta o risco de se formar um vácuo após o final do Protocolo de Kyoto -- prevê-se que seriam necessários vários anos para negociar e ratificar um acordo capaz de suceder o atualmente em vigor.
Reuters/SOL