
As alterações climáticas de origem humana e as suas consequências poderão ser súbitas ou irreversíveis, indica o texto do resumo para os decisores que os delegados do IPCC, de 130 países, adoptaram.
Esta frase foi alvo de intensas discussões. Alguns países, como os Estados Unidos, consideravam que a expressão "irreversível" não corresponde a nenhuma definição científica, segundo um participante. Outros, nomeadamente os europeus, insistiram para manter a palavra porque traduz a realidade.
A delegação norte-americana também combateu, em vão, uma frase indicando que "todos os países" serão afectados pelos impactos das alterações climáticas.
Os cientistas do IPCC, reunidos em Valência, sob égide da ONU, chegaram a acordo sobre um resumo de 20 páginas que deverá ser a base da resposta futura às alterações climáticas.
A próxima ronda de negociações no âmbito da ONU está marcada para o início de Dezembro em Bali, Indonésia. Trata-se de dar seguimento ao Protocolo de Quioto, que expira em 2012.
O senador norte-americano John Kerry, democrata, comentou que a resposta política precisa de estar baseada naquilo que a Ciência nos diz.
A organização ecologista WWF, na voz de Stephan Singer, lamentou o bloqueio que os Governos contrários à obrigação de redução das emissões poluentes estão a fazer ao acordo científico sobre as alterações climáticas. Fonte anónima referiu os Estados Unidos, Rússia e Arábia Saudita.
AFP, Reuters