Qual a importância efectiva da biodiversidade?
Justifica-se a preocupação com a sua perda?
Devolvo-lhe a pergunta: “qual a importância efectiva da Torre de Belém ou do Mosteiro dos Jerónimos?”
Uns diriam que estes monumentos são importantes pelo seu valor económico, traduzido pelo número de visitantes.
Outros diriam que têm um valor económico de uso, mais abstracto, que poderia ser calculado perguntando às pessoas quanto estariam dispostas a pagar pela sua salvaguarda, ou a receber pela sua perda.
Mas outros […] responderiam que estes monumentos fazem parte do nosso capital civilizacional […] daquilo que nos caracteriza como Portugueses e como tal são insubstituíveis.
A biodiversidade […] faz parte do capital vivo do planeta. […] Tem um valor […] que se aproxima do infinito: um planeta sem vida não poderia suportar a vida humana e não há nada mais valioso para a humanidade que a manutenção da própria humanidade.
O que perdemos, quando perdemos biodiversidade?
[…] nos Estados Unidos um estudo estimou que o serviço de polinização prestado pelas abelhas vale
1.6 biliões de dólares anuais. Esse valor ascenderia a 8.3 biliões de dólares anuais se os polinizadores nativos fossem eliminados.
Estamos a falar num único serviço, em apenas um país. Considerem--se outros serviços, como a sequestração de carbono, a produção de oxigénio, o controlo de pragas, a formação de solo,
para se compreender quão dependente é a nossa economia (e a nossa própria existência) da biodiversidade.
Confira a entrevista integral no infotejo n.º 6.