Na última legislatura, como foi dada informação aqui, alguns deputados socialistas apresentaram 1 proposta para se passar a consumir na Assembleia da República água da torneira, em vez da água engarrafada. Tal proposta foi chumbada.
Os deputados, convictos da importância de tal acção, nesta legislatura, insistiram, procurando ganhar primeiro a respectiva aprovação na comissão parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, supostamente dos deputados mais sensibilizados para esta matéria. Voltou a ser chumbada, por deputados do PSD que dizem ser necessária uma análise dos custos.
Mas não terá sido suficientemente exaustiva a análise apresentada pelos deputados do PS?
Que dados falta apresentar?
O que falta é sensibilidade para as questões das comissões parlamentares. Cada um está no seu direito de beber a água que quiser. Mas especialmente nesta fase em que se exige de cada português um esforço adicional no corte da despesa, que a AdP e a ERSAR estimulam o consumo de água da torneira, afinaçando a sua qualidade, é legítimo continuar-se a gastar-se tanto dinheiro água engarrafada aos deputados na Assembleia da República?
Se não têm confiança na sua qualidade, esperam que os portugueses em geral a tenham?
Porque não começarem os deputados da Comissão parlamentar de Ambiente a dar o exemplo e a beber água da torneira?
Louva-se a iniciativa dos deputados socialistas. Certamente continuarão com empenho para contornar mais este obstáculo e atingir o fim pretendido.
Vale a pena ler o artigo de Ricardo Garcia no Público, aqui.