
"As cidades fazem parte do problema mas também da solução", disse Anna Tibaijuka, secretária-geral adjunta das Nações Unidas e directora do Programa Habitat da ONU, perante os delegados de uma reunião da comissão da ONU sobre desenvolvimento sustentável.
Com mais de 50 por cento da humanidade a viver em cidades, percentagem que deverá ultrapassar os 75 por cento até 2030, "é urgente que a comunidade internacional se interesse pela questão do desenvolvimento urbano sustentável", acrescentou.
"Numa altura em que o sobre-aquecimento ameaça alterar a imagem do planeta, as super-cidades, muitas delas perto do mar, arriscam-se a ser umas vítimas mortais, em especial os subúrbios mais pobres", continuou Tibaijuka. Entre estas cidades, a responsável citou Bombaim, Lagos, Cairo, Nova Iorque e Shangai como as mais ameaçadas pela subida dos oceanos.
Segundo o Programa Habitat, 80 por cento dos gases com efeito de estufa são emitidos nas cidades. Metade destes gases é produzida pela queima de combustíveis fósseis nos transportes.
"As medidas a tomar devem incluir a adopção de critérios mais exigentes de eficiência energética para os transportes, bem como na construção e na vida no interior dos edifícios".
Deve ser ainda feito um grande esforço para fornecer energia, através de fontes locais, às populações urbanas mais pobres, que representam mil milhões de pessoas em todo o mundo. Este número deverá duplicar em 25 anos.
"Não podemos ignorar as necessidades energéticas das populações urbanas pobres na nossa reflexão global sobre as alterações climáticas", concluiu.
Na segunda-feira deverá realizar-se em Nova Iorque uma conferência com os responsáveis das grandes cidades do mundo e de grandes empresas para debater a luta contra as alterações climáticas.