
Keerti Rathore, biólogo da universidade texana de biotecnologia A&M, e os seus colegas afirmaram na segunda-feira que tinham geneticamente alterado a planta para reduzir os níveis de gossypol um químico tóxico na semente do algodoeiro, tornando-a apropriada para consumo humano.
De facto até sabe bastante bem. É uma semente saborosa afirmou Rathore que admitiu também não a ter provado até, por várias vezes, lhe terem perguntado pelo sabor, dias antes da notícia ser publicada no jornal Proceedings da Academia Nacional das Ciências.
Esta equipa baseou as suas investigações na técnica utilizada na luta contra o cancro e a sida RNAi ou interferência tecnológica RNA, que permite silenciar um gene para anularem a quantidade de glossypol na semente do algodoeiro. Esta técnica deu este ano o Prémio Nobel aos norte-americanos Fire e Mello.
A nova semente pode ser transformada em farinha e originar pão ou outros alimentos. A semente do algodoeiro é um alimento com elevada quantidade de proteína, capaz de fazer face à fome no mundo, enquadrando-se bem nos critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde.
Os investigadores actuaram apenas na semente deixando o glossypol intacto no resto da planta, uma vez que esta toxina a mantém a salvo de insectos e doenças.
Potencialmente, se toda a semente de algodoeiro hoje produzida pudesse ser utilizada directamente na alimentação humana directamente, poderia satisfazer as necessidades de proteínas de 500 milhões de pessoas numa base anual. Por cada Kg de fibra de algodão, a planta produz 3,2 Kg de semente, disse Rathore.
Cerca de 44 milhões de toneladas de semente de algodão são produzidas anualmente no mundo, principalmente em países em vias de desenvolvimento, contendo 21% de óleo vegetal e 23% de proteínas.