
Há 65 milhões de anos, a Península Ibérica era uma cintura tropical cheia de zonas húmidas, floresta Laurissilva e mangais, revelou hoje um paleontólogo espanhol do Instituto Geológico Mineiro.
Durante o primeiro período do Terciário, o planeta era quase na sua totalidade de clima tropical, não existia gelo nos pólos nem separação entre os continentes, explicou Eduardo Barrón, citado pela edição online do El Mundo.
Só há 23,6 milhões de anos, a vegetação mediterrânea começou a florescer.
A temperatura começou a baixar devido à separação dos continentes e ao aparecimento de correntes frias na Antárctida, o que originou aridez e que os pólos começassem a gelar, explicou este especialista em flora do Terciário.
As plantas tropicais que existiam no Pólo Norte começaram a deslocar-se para Sul mas ao chegar ao Mediterrâneo confrontaram-se com a concorrência das plantas de tipo temperado, oriundas das regiões boreais.
Actualmente, grande parte da vegetação da Península Ibérica é uma mistura de elementos de origem tropical e boreal, adaptados às características climáticas da zona.
Segundo Eduardo Barrón, o clima mediterrâneo só se formou no Pliocénico, período durante o qual se formou o deserto do Sahara.
Para o futuro, Barrón prevê um aumento considerável da aridez e desertificação na Península Ibérica, uma vez que tudo indica que o Mediterrâneo se converta num lago interior que irá secando gradualmente devido ao aumento das temperaturas devido às alterações climáticas
1n "Público" 06/09/06